22 março, 2011

Japão cria abrigos conjuntos para pessoas e animais.

  
Precisamos seguir exemplos de culturas antigas e solidificadas, que respeitam a vida sob todas as formas.
Por que a capacidade de se reconhecer no espelho ou de utilizar a linguagem articulada seria superior, no sentido moral do termo, ao poder de voar ou de respirar debaixo água? A resposta, bem entendida, é que nós o proclamamos. Mas não existe razão alguma para concluir que as características pretensamente exclusivas do ser humano justifiquem o fato de que tratemos o animal como uma propriedade, como seres inferiores.
Alguns seres humanos são privados de raciocício, alguns são afastados da sociedade e  internados em instituições de recuperação mental, outros nascem cegos, surdos, mudos outros nascem anecéfalos, sem pernas, braços ou faltando outro bembro do corpo e, no entanto, nós não os consideramos objetos, tão pouco os eutanasiamos.
A questão central não é: os animais podem raciocinar? Ou: podem falar? Mais, precisamente: eles podem sofrer, sentir dor,sentir medo? Se queremos que seus interesses sejam respeitados, temos que conceder-lhes apenas um direito: o de não serem mais equiparados a uma simples mercadoria.
Parece ser suficientemente óbvio que nem mesmo o mais inteligente homem consegue explicar a sua insignificância no Universo. Pior que isso, não consegue orgulhar-se de tudo o que sua inteligência foi capaz de realizar. O homem impôs a si mesmo o que nenhuma espécie animal jamais sofreu. Efetivamente, nenhuma espécie se dedica com tanta tenacidade à realização de sua desgraça, à destruição dos seres e das coisas; nenhuma pratica com tanta obstinação a violência e o assassínio intra-específicos, individuais e coletivos; nenhuma trata suas crias com tamanha incoerência, descuido e até crueldade, nenhuma reprimiu tão duramente às fêmeas.
  Tsunami Japão
 Fotos sem crédito
Diversos estudos científicos demonstram que os animais pensam, sofrem, sentem medo, frio, fome, enfim, possuem sentimentos parecidos como os dos seres humanos. Já comprovado que alguns animais chegam a ter alto padrão de Q.I., a exemplo dos golfinhos dos chimpanzés e cachorros.
Os Animais são privados de sua liberdade com o objetivo do lucro financeiro do homem que os considera como propriedade ou mercadoria, são confinados até o momento do abate, são submetidos a morte dolorosa e lenta, são constrangidos física e psicologicamente para estudos de comportamento, são torturados em tráficos, em laboratórios e em aulas de medicina veterinária, são forçados, castigados e maltratados em circos e lares, são alvos de descarga da ira e do mau-humor do homem, são machucados, amarrados queimados vivos, afogados, são submetidos a todos os tipos de atrocidades, inclusive as inimagináveis. Enfim, os Animais são aqueles que pagam com a vida o progresso tecnológico, o progresso das ciências e a insensatez humana. Os animais pagam com a própria vida a irracionalidade humana.
Angélica Bessa

Livros consultados:
RODFRIGUES, Danielle Tetü: O Direito & Os Animais, Curitiba; Juruá, 2008
REGAN, Tom: Defending animal rights. Chicago, University of Illinois Press, 2001
PRADA, Irvênia Luiza de Santis. A Alma dos Animais, Campos do Jordão, MAntiiqueira, 1977

3 comentários:

Cinthia Kriemler disse...

Belíssimo texto, Angélica. E lendo o que você escreveu lá no começo, eu percebi a realidade. Somos tão metidos porque andamos e pensamos. Mas eles voam, respiram debaixo d'água, sobrevivem a um terremoto debaixo da terra por dias. Como podemos nos achar melhores? logo nós, os que tantas vezes os machucamos com olhares, gestos e até com o tom da voz irritado? Lindo texto mesmo! Obrigada. Hoje, eu precisava ler isso.

Augusto Abrigo disse...

Comentário desses vindo de uma escritora é um charme né?
Cinthia querida, assim como você precisava ouvir, eu precisava falar. Muitas coisas ficam na cabeã da gente né?
Beijo
Angélica

Anônimo disse...

Muito lindo o texto rimã. Eu chorei.
Ai que saudade do abrigo e de todos aqueles anjinhos com tantas historias de superação e seu olhar a nos perdoar por sermos humanos, sem nos julgar.
Beijos, Jana

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